A imitação é um processo essencial para o aprendizado infantil. Os bebês observam os adultos, seus gestos, expressões faciais, palavras e tentam decifra-los e copia-los o tempo todo. Desta forma, novos comportamentos são aprendidos a todo momento. No autismo, devido à uma menor ativação no sistema de funcionamento dos neurônios espelho e na baixa orientação social há uma dificuldade aumentada na imitação. Para ensinar a sua criança a imitar é preciso primeiro garantir que ela esteja motivada e prestando atenção no que você está fazendo. A música, habitualmente, é foco de interesse das crianças e uma excelente ferramenta para aumentar a motivação. Ser teatral e usar de uma variedade de entonações de voz tendem a garantir a atenção de sua criança e deixar o momento mais divertido e prazeroso!
É importante que seja dado um modelo claro para a criança do gesto que se pretende ensinar. Cuidado com o excesso de demandas! Um erro comum na hora do ensino de imitação é pedir que a criança faça vários gestos diferentes de uma só vez, o que torna o aprendizado difícil, podendo ser um dos fatores da baixa permanência na atividade. Selecione gestos alvos e vá ensinando-os gradativamente. Para que a criança consiga executar o gesto utilizaremos uma cadeia de suporte partindo de menos ajuda para mais ajuda se necessário.
Exemplo do gesto de bater palmas:
1- Posicione-se frontalmente à sua criança e inicie a música com bastante teatralidade e bata palma garantindo que ela esteja atenta;
2- De uma instrução verbal: “faça igual”; (suporte verbal)
3- Se a criança não seguiu a instrução, aumente a ajuda e repita a instrução verbal “faça igual” acompanhada do movimento do gesto de bater palmas; (suporte gestual)
4- Se necessário utilize a ajuda física repetindo a instrução verbal “faça igual” aproximando as mãozinhas da criança uma da outra (suporte físico parcial) e caso ela ainda não execute, dê suporte físico total segurando as mãozinhas da criança e batendo palmas por ela.
Depois do gesto realizado continue cantando e dançando por mais uns vinte segundos de forma bem legal sem exigir nada criança. Se ainda existir motivação, repita o processo anteriormente citado.
Referências:
ROGERS, Sally J.; DAWSON, Geraldine. Intervenção Precoce em Crianças com Autismo: Modelo Denver para a promoção da linguagem, de aprendizagem e da socialização. Lidel. 2014.
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